Cantora Any Fernandes regressa ao mundo da música com “Badiu”

A cantora e compositora cabo-verdiana residente em França Any Fernandes está de regresso ao mundo da música com o seu mais recente trabalho intitulado “Badiu”, após vários anos ausente do mercado musical.

Filomena Eunice Pereira Carvalho Fernandes, conhecida por Any Fernandes, natural do concelho de São Domingos, em entrevista à Inforpress, disse que a música sempre fez parte da sua vida.

“Desde criança me perguntavam o que eu queria ser, respondia ser cantora, sempre tive o gosto pela musica”, explicou.

Actualmente residente em França, há cinco anos, Any Fernandes retoma a sua carreira musical com o álbum “Badiu”, após vários anos fora do contexto musical, convicta de que não pretende parar, frisando que tudo dependerá do engajamento e da aceitação do público ao seu mais recente trabalho.

Any Fernandes explicou que a música “Badiu”, um funaná no seu estilo tradicional, estava guardada há muito tempo, e que só agora decidiu finalizar e lançar a mesma, salientando que a música está a ser bem aceite pelo público.

“A letra da música estava escrita apenas mentalmente, só agora resolvi transcrevê-la e acrescentar o toque da modernidade, (…) pelos ‘feedbacks’ que recebi, a música está a ser bem aceite pelo público, e não pretendo parar”, informou.

A cantora explicou que apesar das dificuldades financeiras que o mundo musical apresenta na produção dos videoclipes, não pretende se ausentar do mercado musical.

Any Fernandes informou que a paixão pela música a fez pertencer ao grupo musical “Cadjeta” em que cantava músicas tradicionais, e também andava sempre na companhia de “António Denti d’Oru”, músico já falecido e outrora referenciado como o grande defensor e impulsionador do batuco.

A cantora relembrou algumas músicas da sua autoria, como “Bo enganam” do projecto Verão 2006 e “Iluson”, música que a levou a participar no “Joias de África”, volume 2.

A mesma avançou ainda que participou do “Batuque Grande”, um projecto do músico Iduino do grupo Ferro Gaita, em que fez o corro de António Denti d´Oru e de Nha Nacia Gomes, e considera o momento como o mais importante da sua trajectória, pois foi ali que aprendeu as palavras mais “profundas” do crioulo.

“Foi ali que aprendi as palavras em crioulo mais profundo, era apenas para fazer o corro, mas, tinha de saber pronunciar cada palavra, e para além de ser profundo eram palavras longas, que deveriam ser ditas dentro do ritmo da música e de forma clara para que todos compreendessem”, explicou Any Fernandes.

A cantora concluiu afirmando que há surpresa pelo caminho, e afirma que a “arte não pode estar escondida” e salienta que não existe nada mais gratificante do que ter o seu trabalho reconhecido.

Inforpress