Henrique e Juliano e o segredo dos sucessos que não saem do topo

Escrito por em 16 de Julho de 2025

Enquanto muitos artistas lutam para manter seus lançamentos em evidência por mais que algumas semanas, Henrique e Juliano desafiam as regras da era do streaming com uma coleção de hits que simplesmente se recusam a sair das paradas. Discretos nas redes, com uma agenda de shows reduzida e longe dos holofotes tradicionais da mídia, a dupla goiana construiu uma carreira marcada pela consistência e pela forte conexão com o público.

Apesar de evitarem o frenesi das entrevistas e promoções constantes, Henrique e Juliano acumulam feitos impressionantes: são 11 músicas no Top 100 histórico do Spotify Brasil, sendo que quatro delas passaram mais de mil dias no ranking — um verdadeiro feito em tempos de consumo rápido e descartável.

Confira os destaques:

  • “Aquela Pessoa” (2017): 1257 dias no Top 100

  • “Como É Que A Gente Fica” (2015): 1238 dias

  • “Liberdade Provisória” (2019): 1048 dias

  • “De Trás Pra Frente” (2017): 1003 dias

Esses números desmentem a ideia de que os sucessos atuais têm prazo de validade curto. Ao contrário, mostram que, quando a música toca de verdade o público, ela resiste ao tempo.

Além disso, algumas faixas da dupla retornam aos rankings mesmo anos após o lançamento. Casos como “Vidinha de Balada”, que voltou às paradas quase dois anos depois de sair, e “Na Hora da Raiva”, são prova de que o público sente saudade — e volta a ouvir.

Em 2020, “Liberdade Provisória” foi a música mais ouvida do primeiro semestre no país, chegando a liderar o ranking por 49 dias consecutivos. Outras faixas como “Última Saudade” e “Arranhão” também garantiram o primeiro lugar por semanas.

Menos shows, mais desejo

Desde 2023, Henrique e Juliano optaram por uma rotina de apresentações mais enxuta: no máximo 11 shows por mês, apenas nos fins de semana, e jamais aos domingos. A estratégia, pensada para priorizar a família, acabou valorizando ainda mais cada aparição da dupla.

A turnê “Manifesto Musical”, por exemplo, lotou o Allianz Parque, em São Paulo, com 45 mil pessoas por noite. Os ingressos das duas primeiras datas se esgotaram em apenas duas horas, forçando a abertura de uma terceira noite.

A força do ao vivo

Outro diferencial dos irmãos está no formato dos lançamentos. Ao longo da carreira, priorizaram gravações ao vivo, que capturam a emoção dos palcos e facilitam a produção de álbuns audiovisuais. O único disco de estúdio da dupla é o primeiro, lançado em 2011. Desde então, seus projetos percorrem diferentes cidades — como Brasília, São Paulo, Tocantins e até locais fora do Brasil, como os Estados Unidos.

Uma história contada por eles mesmos

Henrique e Juliano foram inicialmente comparados com outras duplas do sertanejo universitário, como Jorge e Mateus. Mas aos poucos firmaram seu próprio estilo. Um dos sinais dessa originalidade é o número reduzido de parcerias ao longo da carreira. A escolha, segundo eles, é consciente: querem contar sua própria história com suas próprias vozes.

Em 2022, ao lançar mais um álbum sem colaborações, resumiram a filosofia: “O que vivemos tem de ser contado por nós mesmos”.

Ainda assim, não deixam de atender convites especiais. Já dividiram o palco com nomes como Marília Mendonça, João Neto e Frederico, Falamansa, Daniel, Maiara e Maraisa, Zé Neto e Cristiano e, mais recentemente, realizaram o desejo dos fãs ao gravar o single “Xonei” com Jorge e Mateus.

Com mais de 15 bilhões de streams e dezenas de músicas com mais de 100 milhões de reproduções, Henrique e Juliano provam que sucesso duradouro ainda existe — e que, quando a música é feita com verdade, ela nunca sai de moda.


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