Velvet Sundown: A banda que pode nem existir — e está a dominar o Spotify

Escrito por em 2 de Julho de 2025

Por Rádio Atlântico | 02 de Julho de 2025

A nova sensação das plataformas de streaming não vem de um palco, nem de um estúdio conhecido. Com mais de 550 mil ouvintes mensais no Spotify, a misteriosa banda Velvet Sundown está no centro de uma polêmica que pode transformar para sempre a forma como consumimos música: seria este grupo uma criação 100% gerada por inteligência artificial?

Sem rostos, sem concertos, sem entrevistas

Velvet Sundown apareceu repentinamente nas playlists de muitos ouvintes com faixas que misturam indie rock atmosférico, vocais etéreos e produção altamente polida. No entanto, ao contrário de outros grupos em ascensão, não há registos de concertos, sessões de estúdio, entrevistas ou qualquer presença física dos supostos integrantes.

As imagens usadas nas redes sociais e capas de álbuns parecem geradas por IA, com expressões artificiais e traços inconsistentes. As respostas nos comentários são genéricas ou automáticas. Para muitos especialistas, os sinais são claros: a banda pode ser um produto inteiramente sintético.

Deezer confirma uso de IA. E o Spotify?

A plataforma Deezer já rotulou as faixas da banda como “geradas por IA”, num esforço por mais transparência com os ouvintes. Já o Spotify mantém silêncio sobre o caso, permitindo que o grupo continue a acumular streams como se fosse uma banda convencional.

Este silêncio tem gerado críticas de artistas, produtores e utilizadores. “Estamos a entrar numa nova era onde a linha entre o humano e o artificial na arte está cada vez mais difusa”, afirma um produtor independente entrevistado pelo The Times.

Uma estratégia para manipular os algoritmos?

Especialistas em marketing musical acreditam que projetos como Velvet Sundown podem ser usados para manipular algoritmos de plataformas de streaming, produzindo faixas em massa que seguem fórmulas exatas de sucesso — melodias simples, duração otimizada e temas vagos.

Isso permitiria a certas editoras ou empresas tecnológicas lucrarem com royalties sem nunca pagar músicos reais, apenas investindo em modelos de geração de música por IA.

O que significa “ser artista” em 2025?

Este caso levanta questões éticas e filosóficas:

  • Uma música feita por IA pode emocionar como uma feita por humanos?
  • Devemos ser informados quando estamos a ouvir algo sintético?
  • E como proteger o trabalho de artistas reais nesse novo cenário?

A verdade é que a presença de músicas geradas por inteligência artificial está a crescer a uma velocidade vertiginosa. Se Velvet Sundown for, de facto, uma criação algorítmica, estamos a assistir ao início de uma revolução que desafia a própria essência da arte sonora.

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